Iluminismo (1 de 3) - Principais características


O Iluminismo foi um movimento que alcançou grande expressão principalmente no século XVIII. Apesar de não ser um movimento nacionalista, a França foi o país em que alcançou sua maior importância, em grande parte por ocasião dos acontecimentos futuros em torno da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos. 


Para compreender o que significa o Iluminismo, devemos lembrar como era a França (e grande parte da Europa) no século XVIII. Quem mandava na França era o rei que tinha o poder absoluto, considerado o grande “pai” dos franceses e através da teoria divina dos reis o representante de deus na terra. Obviamente, na medida em que centralizava o poder em suas mãos, a monarquia não permitia nenhum tipo de contestação, impedindo a difusão do liberalismo, que de uma forma ampla pode ser entendido como a liberdade de expressão, liberdade política, liberdade econômica e religiosa. Além disso, a sociedade francesa era altamente hierarquizada, e nessa hierarquia, aliás, como na maioria das hierarquias as classes consideradas “altas” tinham muitos privilégios – essas classes diziam respeito à nobreza e o clero – enquanto a grande maioria da população tinha que arcar com esses privilégios. 


É contra esses privilégios que existiam em grande parte da Europa, que inúmeros pensadores começarão a formar uma atitude crítica, denunciando os abusos e a falta de moral vigente na época. Esses pensadores ficarão conhecidos como iluministas, uma derivação de “iluminar”, fazer compreender, esclarecer. Vamos analisar algumas das principais características do movimento iluminista: 

Humanismo – crença na capacidade humana, onde o ser humano e colocado no centro do mundo, para agir a partir da utilização da sua razão. Trata-se, verdadeiramente de uma crença e confiança na perfectibilidade do homem. 

Racionalismo – uma das principais características do homem moderno o racionalismo esta ligado com a apropriação e dominação do conhecimento, com a capacidade do homem, através de suas faculdades de se aprimorar. Os iluministas acreditavam que o racionalismo era o ponto de partida para que homens abandonassem o misticismo a superstição e o fanatismo religioso que reinavam na época. Uma das mais importantes contribuições para o racionalismo foi dada por Descartes, que viveu no século XVII, com a máxima, “Penso, logo existo”. 

Anticlericalismo – é a partir dessa época que se acentua uma mudança fundamental, que persiste até os dias de hoje, que é a dissociação entre a ciência e a religião. Até então a religião tinha uma importância muito grande em relação ao que era considerado certo ou errado, permitido ou proibido. Com o iluminismo a razão passa a ocupar cada vez mais esse lugar decisório, crescentemente, até chegarmos à ciência moderna, onde religião e ciência costumam estar em campos antagônicos. Nesse sentido, é claro que teremos o crescimento de um sentimento anticlerical, uma vez que a igreja muitas vezes é considerada obscurantista (a fé parte da premissa da crença e não da explicação dos fenômenos naturais), ou seja, contrária os espírito de “iluminar” que os pensadores procuravam defender. Há de se destacar que a maioria dos pensadores defendia a existência de Deus, e se consideravam “deístas”; e mais do que isso levava em conta o desenvolvimento da razão como um caminho para se chegar ao criador. 

Otimismo – a crença na razão humana levava os pensadores iluministas (em sua grande maioria) a um grande otimismo em relação ao futuro do homem. Acreditavam que a razão, as se espalhar levaria os seres humanos ao uma nova sociedade, uma nova humanidade, o que era suficiente para que esse espírito otimista em relação à mudança se disseminasse. 

Crença inabalável no progresso – os avanços no campo da ciência levavam os pensadores a uma crença inabalável no progresso dos homens. É essa crença no progresso que servirá de combustível para o grande otimismo dos iluministas. Há de se destacar, contudo, que se tratava do suposto progresso da civilização européia, que segundo a maioria dos pensadores era mais avançada que africanos e asiáticos, por exemplo. Esses povos eram considerados atrasados, primitivos, e teriam que evoluir para alcançar o patamar dos europeus. Trata-se, portanto, de um progresso ilimitado, mas linear (alguns povos e civilizações mais avançadas, outras ainda incivilizadas). 

Na imagem abaixo a Liberdade, munida com o cetro da razão lança raios sobre a Ignorância e o Fanatismo.

Continue lendo um pouco mais sobre o Iluminismo. É só acessar os links abaixo!

Imago História

2 comentários:

  1. Olá,
    também sou professora de História e achei o blog bacana. Achei esta imagem muito interessante, você sabe de quem é?

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  2. Letícia de P. da Luz8 de novembro de 2012 às 17:16

    Desde as aulas que tive com você aprendi a gostar de história, lembro de ter tirado 2,5 em um trimestre na 6ª ou 7ª série, nunca fui boa. Até chegar na minha primeira nota acima de 9,0 na disciplina, exatos 9,4 pontos na média... Foi a coisa mais feliz e decisiva do mundo ter aula com você. Entre todas as faculdades que me interessam o coração bate forte por história e sinceramente as suas aulas e a do Professor Osíres, tem toda a culpa nisso.
    Muito obrigada.

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