A alienação no trabalho (4 de 4) - Sociedade de consumo


Quando falamos de sociedade de consumo referimo-nos a uma sociedade que vê o consumo como um fim em si mesmo. Muitas vezes trabalha-se de forma alienada, ou seja, sem ter conhecimento do processo produtivo, sem uma ligação com o produto final do trabalho, sem atribuir um significado ao trabalho que desempenha, ou seja, sem prazer e para piorar, muitas vezes, trabalha-se tendo como principal objetivo suprir as necessidades criadas socialmente. 

Como os indivíduos muitas vezes não têm uma relação prazerosa com o seu trabalho procura-se essa satisfação no consumo de mercadorias, que acaba se tornando um fim em si mesmo, ou seja, a mercadoria em si mesmo muitas vezes não é um meio para suprir uma necessidade real do ser humano, o que mais importa é a satisfação meramente instantânea obtida por meio do consumo, que tende a se diluir, criando um círculo contínuo de consumo, um fim em si mesmo. 

É lógico que a comunicação de massa (dirigida a um grande público) contribui para o consumo de mercadorias, por exemplo, com os slogans de marcas famosas que criam imagens ideais almejadas por todos. Podemos pensar ainda nas inúmeras datas e comemorações criadas artificialmente, relembradas continuamente ou incentivadas com o único objetivo de incrementar o consumo de mercadorias. Em algumas situações a recordação da importância da data em si é reduzida em comparação com a importância que o “presente” acaba adquirindo. 

Deve-se destacar, igualmente, o impacto que a sociedade de consumo ocasiona para o desgaste do planeta. Nesse sentido, a filosofia pode proporcionar um questionar-se contínuo em relação ao papel e o lugar do ser humano no planeta. Em termos de comparação, para cada ser humano existem 7 bilhões de insetos. De fato, pode-se efetivar uma ação depredatória a mercê de quaisquer outras formas de vida? 

Aqueles trabalhadores, que segundo Marx levariam a revolução socialista a cabo, sonham agora em alcançar o padrão de “bem-estar” das elites. Compartilham da frágil ideia de que a mobilidade social as levará a um alto patamar de consumo, o que, verdadeiramente, atingirá uma parcela pequena da população nos países pobres. Sonham ainda com uma ascensão imediata, como um premio de loteria, ou, então direcionam suas forças para a criminalidade, via rápida para se obter mercadorias que talvez nunca fossem obtidas dentro do processo produtivo. Por fim, sonham – de fato, sonham mesmo – com as telenovelas, se sentindo partícipes de um ambiente a qual não pertencem, satisfazendo sem críticas suas fantasias de consumo de forma imaginária.





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